Curitibano, nascido no Largo da Matriz em 4 de julho de 1866, após o aprendizado das primeiras letras, com o professor Brandão, matriculou-se no Instituto Parana­ense. Já rapaz, empregou-se numa farmácia, publicando seus primeiros versos no 19 de Dezembro e participando das atividades do Clube Abolicionista Paranaense. Aos 21 anos de idade embarcou para o Rio, dedicando-se daí por diante ao jornalismo. Casou com Maria Carlota, casamento que lhe deu um filho. Foi frequentador das rodas boêmias cariocas.

Com o Encilhamento, ganhou muito dinheiro, mudando o padrão de vida. Abandonou a esposa, comprou carruagens, manteve palacete na região serrana de Petrópolis, pas­sou a vestir-se como um dândi. Envolveu-se no célebre bendengó do sal e ficou milio­nário. Mas terminada a aventura, passou a sentir o gosto amargo da pobreza. Antigo frequentador da Confeitaria Pascoal, mudou seu quartel-general para a Colombo. Conheceu Rafaelina, com quem passou a viver.

Acentuados pela vida desregrada que levava então, passou a sofrer problemas de saúde. Voltou a Curitiba à procura de no­vos ares. Durante sua estada foi tirada a foto bem conhecida em que o poeta aparece aboletado num fordeco ao lado de Dario Vellozo, Emiliano Perneta, Serro Azul e Zeno Silva, no Retiro Saudoso.

Candidato à ABL na vaga de Raimundo Correia e derrotado pelo cientista Osvaldo Cruz, ao ser estimulado por Bilac, Graça Aranha e Medeiros de Albuquerque, bateu novamente às portas do Petit-Trianon, na vaga de Salvador de Mendonça – desta vez com sucesso. Mas seu discurso acadêmico não obteve aprova­ção da mesa do Silogeu por conter alusões ferinas a Oliveira Lima e a Afrânio Peixoto, ambos imortais.

Preferindo sempre o convívio das redações dos jornais e dos lugares públicos onde se reunia a jeunesse dorée da época, sempre se destacava pela agudeza dos seus conceitos, a fereza dos seus epigramas, a intenção de sua sátira mordaz. Parnasiano, o seu verso era como que gravado a buril, tal a perfeição da forma e o rendilhado das ideias. No soneto, rivalizava com Luiz Delfino. Na sátira, com Gregório de Mattos. O satírico inesgotável dos Deuses em Ceroulas e o lírico da Marcha Fúnebre e Dies Irae. Faleceu no Rio em 8 de junho de 1918. Nove anos depois, seu corpo foi transladado do Cemitério de São João Batista para Curitiba. (WB)

Fundador: Helvídio da Silva Pereira (1883-19**)
1.º Ocupante: Lauro Grein Filho (1921-2015)
2.º Ocupante: Roberto Gomes (1944)