Nascido em Curitiba em 21 de junho de 1896, Alceu Chi­chorro era filho do também acadêmico Chichorro Júnior.

Teve apenas três livros editados, o que não traduz o prestí­gio, a popularidade e a ascendência por ele exercida numa roda em que fulguravam as inteligências de Barros Cassal, Ciro Silva, Correia Júnior, Alcindo Lima, Léo Cobbe, Otávio Sidney e Ildefonso Serro Azul. Suas melhores produções, entre contos, crônicas e poe­sias, estão nas colunas de velhos jornais, como a Gazeta do Povo, O Dia e a Tribuna.

Dono de uma verve exuberante, boêmio inveterado, suas charges eram apreciadas diariamente, bem cedinho, na primeira página dos diários, por meio dos personagens Eloy, ou Eloy de Montalvão, ou ainda Jota, desfilando os seus calungas Tancredo, Mi­nervino, Tia Marcolina e o sempre lembrado Chico Fumaça. Tanto assim que os pro­blemas do dia-a-dia, comentados nas rodas dos cafés, nas esquinas, nos bancos, nas redações dos jornais, nas repartições, passavam pelo crivo, especialmente os de cará­ter político ou econômico, do Chico Fumaça, figura traquinas e simpática que, pouco e pouco, tomaria conta da própria vida curitibana. Face à natureza de suas charges, sempre ferinas, chegou a ser advertido, tolhido em suas ações, proibido de desenhar os seus bonecos, chamado às falas, enfim, pelas autoridades policiais. Intransigente defensor da liberdade de pensamento, nunca se omitiu diante de todo e qualquer acontecimento do Paraná e do Brasil.

Durante oitenta anos espalhou entre nós a malícia, a galhofa, a pândega, quer nas suas crônicas irreverentes, quer nos seus contos apimentados. Por outro lado, manifestava terna emoção quando, durante muitos e muitos anos, no mês de março, em longos poemas, lembrava sua querida mãe, Dona Chiquinha.

Fez parte, com Valfrido Pilotto, Correia Júnior e Laertes Munhoz, do Movimento Futu­rista que assustou os intelectuais por volta dos anos vinte. Faleceu no dia 30 de abril de 1977, na Estância Lar Dona Ruth, em Curitiba, para onde se recolhera, vítima de problemas cardiopulmonares. (WB)

Patrono: Joaquim Procópio Pinto Chichorro Júnior (1864-1926)
1.º Ocupante: Emílio Leão de Mattos Sounis (1913-1999)
2.º Ocupante: José Wanderlei Resende (1938-2016)
3.º Ocupante: Luci Collin (1964)