Nasceu em Antonina, no dia 20 de outubro de 1864. Na terra natal, fez os estudos de primeiras letras e, em São Paulo, no Seminário Episcopal, as diversas matérias do curso secundário, prestando exames preparatórios para a Faculdade de Direito. Retornando ao Paraná, casou-se, em Piraquara, com Francisca, que viria a ser popularizada por seu filho Alceu como Dona Chiquinha. Deste casamento, realizado em 1887, adveio numerosa prole.

Ocupou cargos importantes na administração pública paranaense, destacando-se o de procurador da Fazenda, o de secretário do Interior e Justiça e Instrução Pública e o de secretário das Finanças, Comércio e Indústria, este por dois quatriênios.

Revelou-se administrador acurado e de largos conhecimentos financeiros. Alterou o sistema da apresentação dos orçamentos. Foi também deputado estadual em duas legislaturas, administrador dos Correios e diretor-presidente do Banco de Curitiba. Apesar dessa intensa atividade, conseguia dispor de tempo para lecionar, pois era professor do Ginásio Paranaense, titular das cadeiras de Pedagogia, Lógica e História Natural. Em 1896, no concurso aberto para preenchimento do cargo de lente de Aritmética e de Álgebra do Ginásio e Escola Nor­mal, conquistou o primeiro lugar na classificação geral. Muito o desagradou, no entan­to, a anulação do concurso, atribuída a pressões políticas da época.

Enfrentando problemas financeiros e de saúde, sem um teto próprio onde morar, dirige-se ao amigo industrial Xavier de Miranda solicitando-lhe, sob empréstimo, a importância de duzentos mil réis para pagamento do aluguel da casa em que residia.

Foi notável sua atuação nos cenários literário, filosófico e político. Homem de letras, polemista vigoroso, comentarista, poeta e jornalista, pianista exímio, sócio fundador do Centro de Letras do Paraná, chegou a publicar Vozes Livres, versos, 1886; O Deus Social, prosa, 1889; e diversas conferências.

Ao lado de Menezes Dória, Claudino dos Santos e Cunha Brito, colaborou no jornal Federação (1892), como que a prosseguir sua meta quando, à frente da redação de A República, tudo fizera para a queda do regime monárquico e consolidação dos prin­cípios republicanos. A morte colheu-o em plena atividade mental, em Curitiba, numa sexta-feira, 31 de agosto de 1926, deixando viúva e 12 filhos, entre eles o acadêmico Alceu Chichorro. (WB)

Fundador: Alceu Chichorro (1896-1977)
1.º Ocupante: Emílio Leão de Mattos Sounis (1913-1999)
2.º Ocupante: José Wanderlei Resende (1938-2016)
3.º Ocupante: Luci Collin (1964)