Filho de Antônio Dionízio de Miranda e de Ana Rosa de Miranda, nasceu em Paranaguá no dia 24 de junho de 1831. De profissão, foi guarda-livros. Cronologicamente, é considerado o primeiro poeta paranaense, dos prin­cipais representantes do Romantismo. Passou a maior parte da vida na cidade de Morretes. Teve infância triste. Do pai não herdara nem nome nem fortuna.

Dedicou-se ao comércio, confiante na prosperidade pessoal. Dotado de rara sensibi­lidade, mesmo no meio acanhado em que vivia foi-lhe possível desenvolver os dotes poéticos. Seus versos, impregnados de melancolia, revelavam uma alma sofrida e in­conformada. Segundo Maria Nicolas em Vultos Paranaenses, era excelente seu talho da letra. Os versos são rebuscados do mesmo tom romântico, da mesma tristeza do­lente que caracterizavam as composições rimadas de Casemiro de Abreu e Fagundes Varela. Um exemplo: “As mágoas que rebentaram/Que tão cruéis me roubaram/A cor e o brilho do rosto/Bem ocultá-las quisera/De quem pior que uma fera/Se ri de alheio desgosto.”

Não conseguiu voos mais altos no firmamento poético em face da idade, do meio e da época em que viveu, praticamente sem recursos para publicar seus trabalhos. Recorreu, todavia, aos jornais e revistas para levar ao público os frutos de seu talen­to criativo. Escreveu também peças teatrais, dramas que infelizmente acabaram por extraviar-se, entre as quais Ialmar, Triunfo dos Agredidos e Alboim. Suas colaborações são encontradas nos seguintes órgãos: Dezenove de Dezembro, Almanaque Parana­ense, Almanaque da Câmara Municipal de Paranaguá, O Sapo, O Itiberê, Álbum do Paraná e Sonetos Paranaenses.

Seu único livro, publicado post-mortem, é de 1901, sob o título Versos, pela Editora Sapo. Tentou em vida publicar Pulsações de MinhAlma, mas em vão.

Faleceu em Morretes, dia 16 de novembro de 1857. (TV)

Fundador: Manoel de Azevedo da Silveira Netto (1872-1942)
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