Nasceu em Curitiba no dia 31 de março de 1885. Seu pai desejava que se dedicasse à carreira militar e, de 1900 a 1905, atendeu aos anseios paternos. Entretanto, revelou-se não muito à vontade no Exército e, em 1906, foi des­ligado. Acerca disto, em tom de brincadeira, dizia-se que “esta era uma história digna de figurar nos anais como a do militar que engajou por engano”. Foi aluno do Ginásio Paranaense. Com 23 anos de idade Ulysses Vieira discur­sou perante a colônia paranaense estabelecida no Rio de Janeiro, onde frequentava a Faculdade de Direito. Na plateia, encontravam-se Leôncio Correia e Ernesto de Oliveira que ouviram-no discorrer sobre a data de 19 de dezembro, Dia do Paraná.

Foi um articulista excepcional. Do Rio, encaminhava seus artigos para a imprensa curi­tibana, onde faziam expressivo sucesso.

Promotor público em Rio Negro, em 1912; delegado de polícia, em Curitiba, no mesmo ano, e deputado ao Congresso Estadual em 1914. Foi uma personalidade combativa. Esteve presente em todos os casos de repercussão durante sua atividade política, mas a oligarquia dominante em 1918 o derrotou.

Foi diretor-proprietário do Diário da Tarde. Para redigi-lo, contava com os cronistas Dídio Costa e Rodrigo Júnior.

Lecionou Direito Penal na Universidade do Paraná e passou a substituir todos os de­mais companheiros profissionais em seus impedimentos, “não pelos conhecimentos ecléticos que porventura possuísse” – como afirmava seu filho Ruy Vieira, professor de História – “mas pela facilidade de expressão que lhe era inata”.

Fez parte da comissão que elaborou o anteprojeto da Constituição do Paraná, assi­nando-a posteriormente na qualidade de suplente, em 1935. Em 1936 fundou, como primeira voz, a Academia Paranaense de Letras.

Faleceu aos 57 anos, em Curitiba, no dia 17 de junho de 1942. Ulysses não sobreviveu ao Estado Novo que lhe cassara o mandato de deputado em 1937.

O erudito e feraz orador deixava para a posteridade, curiosamente, além de um legado beletrista verbal, as lições de liderança e organização que marcariam sua incontestável imortalidade. Em 1992 faleceu sua filha, Cecília (Yayá) Alvares Vieira, deixando seus bens, por testamento, a duas instituições: Federação Espírita do Paraná e Academia Paranaense de Letras, cabendo a esta um piano de fabricação alemã e dois armários de madeira contendo alguns milhares de livros oriundos de sua biblioteca. (VHJ)

Patrono: Senador Manoel Francisco Correia Neto (1831-1905)
Fundador: Nestor Víctor dos Santos (1868-1932)
2.º Ocupante: Ernani Guarita Cartaxo (1900-1967)
3.º Ocupante: Francisco Raitani (1897-1971)
4.º Ocupante: Felício Raitani Neto (1917-2000)
5.º Ocupante: Harley Clóvis Stocchero (1926-2005)
6.º Ocupante: Oriovisto Guimarães (1945)