Para os que têm fé e seguem o Cristianismo, lendo a Bíblia periodicamente, a imortalidade do corpo e da alma constituem fatos inelutáveis, não pairando quaisquer dúvidas quanto a sua concretude. Não obstante, para os ateus e os sem religião, as pesquisas científicas procedidas ao longo de toda a existência humana, constituem um acervo de dados consideráveis e verídicos quanto ao fato de que a morte não significa o fim de tudo, conforme nos relata o filósofo e cientista Ervin Laszlo, de origem húngara, em seu mais recente livro “Mente Imortal” (SP. Ed Cultrix, 2.019).

Dessa forma, o primeiro indicativo de que há uma continuidade da vida no momento da morte ocorre com as chamadas experiências de quase morte (EQM), nas quais um número considerável de pessoas, não todas, percebe um contato com outras pessoas já falecidas. Igualmente, há também alguns casos de aparições espontâneas e de comunicação após a morte em locais suspeitos de possuírem fantasmas.

Outro setor de consideráveis consequências são as comunicações recebidas por meio de pessoas dotadas de mediunidade, quando o médium entra em estado de translucidez, ao evocar a presença de uma pessoa já falecida. A dificuldade aqui reside no fato de que o relato captado pelo médium se situa no transe do sua própria mente, constituindo, portanto, uma mensagem intermediada. Neste caso, a ocorrência de um terceiro testemunho poderia dar verossimilhança à comunicação.

De forma sistemática, cientistas têm verificado que há formas de comunicações eletrônicas além das que são percebidas por nossos sentidos, constituindo um mundo de mensagens que nossos sentidos não percebem diretamente, mas que podem ser alcançadas de forma virtual ou experimental, nas quais se constata o surgimento de vozes ou mensagens proferidas por pessoas falecidas. Há registros de casos concretos no qual pessoas falecidas se utilizam desses espectros e assim transmitindo mensagens concretas a respeito de suas vidas no além.

Igualmente, os cientistas observam o fenômeno de revelação da ocorrência de vidas passadas, nas pessoas submetidas a uma análise de regressão, relatem suas revelações ocorridas. Dessa forma, o paciente volta à sua infância, reagindo como se voltasse a ser um bebê, quando então passa a revelar como era sua vida anterior. Esta é uma experiência milenar na história da humanidade, exigindo que as pessoas falecidas fiquem bem preparadas para o seu retorno a uma nova vida. As religiões orientais admitem a existência de um karma ou herança psíquica que influencia suas reações na nova vida. Ora, isto caracteriza o fenômeno da reencarnação, tese cara para o budismo e o espiritismo de Allan Kardec (1804/1889), que o Cristianismo histórico rechaçou logo no início de seus concílios, apesar de ser admitido em seu credo fundador, como ocorre na descrição do nascimento de Cristo Jesus.

Em conclusão, o fenômeno da morte de nosso corpo não parece ser mesmo o fim de nossa existência, pois nada no Universo termina, mas apenas se transforma, um processo eterno presente desde os átomos que formam nosso corpo. O mundo dos mortos é apenas nossa colocação numa dimensão diferente de nossa sensibilidade, a virtualidade etérea que sustenta a realidade profunda de tudo que existe. Assim, a realidade mágica que nos cerca é permanentemente insuflada pelo sopro divino de um Espírito que a sustenta, o que supera qualquer dúvida quanto a sua concreção.

  • Autor: acadêmico Antônio Celso Mendes
  • Foto: arquivo APL
  • Imagem: Tumisu por Pixabay