Seu nome completo era Telêmaco Augusto Enéas Morocines Borba, filho do capitão Antônio Rodrigues Borba, veterano da Guerra da Independência e da Campanha Cisplatina, e de Joana Hilária, uruguaia, descendente da nobreza de Veneza. Nasceu Telêmaco em 2 de agosto de 1840 na Borda do Cam­po, cercanias de Curitiba. Casou-se em Porto de Cima, com Rita do Amaral, em 1860. Cinco anos depois foi dirigir o Aldeamento de São Pedro de Alcântara, defronte à Colô­nia Militar de Jataí, Norte do Paraná. Iniciou uma vida de sertanista. Conviveu com os índios, aprendeu-lhes a língua, os costumes, a vivência, enfim. Escreveria, mais tarde, o livro Atualidade Indígena, de grande repercussão entre os etnólogos. Fundou em Tibagi o Museu do Índio e correspondeu-se com as maiores autoridades indigenistas do mundo. A partir de 1882 ingressou na política. Elegeu-se alternadamente prefeito de Tibagi e deputado. Tornou-se político do Partido Liberal e participou de todas as campanhas cívicas da época. Quando da deposição do governador Generoso Marques, seu correligionário, enfrentou a tropa formada num protesto histórico.

Em 1894, durante a Revolução Federalista, sua participação tornar-se-ia intensa ao lado dos insurretos, na condição de comandante da fronteira com o estado de São Paulo, em Itararé. Fracassada a revolução, obrigou-se a partir para o exílio, comandando ao lado de Juca Tigre uma coluna de soldados e civis, na retirada pelos sertões do oeste paranaense. Em Montevidéu e Buenos Aires, integrou-se ao meio cultural, frequentando museus e bibliotecas, além de manter intercâmbio com os cientistas locais so­bre a temática dos silvícolas. Decretada a anistia pelo presidente Prudente de Moraes, retornou ao Brasil e retomou às atividades políticas. Mesmo pela oposição, uma fase de perseguições aos maragatos, reelegeu-se deputado estadual pela União Republica­na Paranaense e recuperou o poder municipal como prefeito. Costumavam chamá-lo “prefeito vitalício” e “deputado crônico”. Como sertanista serviu de guia, décadas antes, a várias expedições, tendo em vista o levantamento hidrográfico dos principais rios do Estado, inclusive a de Bigg-Wither. Redescobriu o Salto de Sete Quedas, proeza relata­da em crônica-diário de Nestor Borba, publicada em livro.

Faleceu em Tibagi, vítima da gripe espanhola, dia 23 de novembro de 1918. (TV)

Fundador: Ermelino Agostinho de Leão (1871-1932)
1.º Ocupante: Francisco de Paula Dias Negrão (1871-1937)
2.º Ocupante: Arthur Martins Franco (1876-1979)
3.º Ocupante: Ruy Christovam Wachowicz (1939-2000)
4.º Ocupante: Raymundo Maximiano Negrão Torres (1925-2006)
5.º Ocupante: Flora Munhoz da Rocha (1911-2014)
6.º Ocupante: Flávio José Arns (1950)