Nasceu em Curitiba em 7 de setembro de 1898, filho do escritor Alcebíades Plaisant, editor de largos recursos, responsável pelo lançamento de vários volumes de lite­ratura e de história paranaenses.

Após os estudos regulamentares no Colégio Militar do Rio – lá mesmo tendo revelado precocemente a vocação de es­critor como redator do órgão estudantil A Aspiração – for­mou-se em Direito pela Universidade do Paraná, em 1927. Exerceu em Minas Gerais as funções de promotor de justiça e de delegado regional, não deixando de escrever artigos pelas mesas dos cafés, em papel de jornal, com um lápis rombo e grosso. Boêmio, alvoroçado, apreciava o embate violento e, por muitas vezes, virulento. O jornalismo combativo o apaixonava e, como panfletário temível que era, nos tempos da ditadura ouvia-se a voz de Dicesar. Seu grito desesperado nas ruas represen­tava a condenação dos regimes totalitários, sempre a lutar em defesa da liberdade de imprensa. Intransigente contra o despotismo, viu-se arrastado aos cárceres do sofri­mento. Romário Martins chegou a afirmar que nele culminam três predicados huma­nos: a cultura, o talento e a intrepidez. Da sua virulência não escapava ninguém. Tanto que o médico João Evangelista aconselhava: “cumprimentem, por favor, o Dicesar, por prazer ou por medo.”

Sua formação literária foi calcada nos grandes mestres, em clássicos como Herculano, Castilho, Eça e, acima de todos, Camilo, de quem recitava longos trechos em suas polê­micas. Deixou algumas obras publicadas, como Figuras e Figurinhas, biografias, 1919, com prefácio de seu antigo professor de Português do Colégio Militar, o filólogo Ma­ximino Maciel; Educação, 1923; Visões Panfletárias, prosa, 1938; Tocaias da História, 1939; Dicesar, o seu discurso de recepção na Academia Paranaense de Letras, 1940; e, finalmente, Um Bacharel à Malta da Justiça, 1941.

Complicado, esdrúxulo, tumultuoso e esquisito – nas definições de seu amigo Barros Cassal – membro do Centro de Letras e dos Institutos Históricos do Paraná e de Sergi­pe, Dicesar Plaisant foi recebido na Academia por José Pereira de Macedo, em 27 de setembro de 1940. Faleceu em Curitiba em 26 de dezembro de 1969. (WB)

Patrono: Eusébio Silveira da Motta (1847-1920)
Fundador: Dario Persiano de Castro Vellozo (1869-1937)
2.º Ocupante: Flávio Suplicy de Lacerda (1903-1983)
3.º Ocupante: Euro Brandão (1924-2000)
4.º Ocupante: Clemente Ivo Juliatto (1940)