Curitibana, descendente de uma família de tradições in­telectuais, neta de Dario Vellozo e filha do professor e escritor Porthos Vellozo, certamente não poderia fugir aos reclamos dessa herança de figuras tão singulares de nossa história.

Aluna do Ginásio Paranaense e do Instituto de Educação, jornalista pela Universidade Federal do Paraná, professora, a sua vida voltou-se toda ao magistério, quer na extinta Escola Comercial de Monte Alegre (Município de Telêmaco Borba), lecionando no curso secundário, quer como orientadora e assistente social de 33 escolas florestais primárias das Indústrias Klabin, com sede nessa mesma cidade.

Como jornalista, chefiou a delegação brasileira na II e III Reunião Mundial promovida pela Associação Mundial de Mulheres Jornalistas e Escritoras, respectivamente em Washington, no ano de 1971 e, dois anos depois, em Israel, além de representar ainda o país em outros eventos nas cidades latinas de Lima e do México. Membro de diver­sas instituições culturais, sócia do Centro de Letras do Paraná, do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná e do Centro Paranaense Feminino de Cultura, ocupou a cadeira número 37 da Academia Paranaense de Letras, como quarto ocupante, eleita em 9 de dezembro de 1996.

Em conversas informais, confessava com certo orgulho a sua iniciação na nossa im­prensa graças ao incentivo e apoio de Rodrigo Júnior, chegando a com ele colaborar, a quatro mãos, em algumas crônicas publicadas em O Dia, a partir de abril de 1954, na seção de apelo evocativo intitulada Aconteceu em Curitiba.

Romancista premiada em diversos concursos literários promovidos pelo Centro de Letras, sua bagagem bibliográfica é significativa, com Camafeus, Incompreensão, Os Vergueiros, Pioneiros do Iguatemi, A Outra Razão, Nos Campos e nos Pinhais, Monte Alegre – Cidade Papel, onde a autora descreve os incêndios que, em 1963, devastaram principalmente a Fazenda Monte Alegre, ela testemunha viva da queimada dolorosa de nossos pinhais.

Por fim, vale a citação de um livro essencialmente didático, obra de consulta obrigatória e de valor inconteste para os que se interessam pelas figuras representativas de nossa cultu­ra, a Antologia Didática de Escritores Paranaenses, de parceria com a professora América Sabóia, “a englobar textos e informações capazes de permitir aos prelecionadores a orga­nização de satisfatório esquema para o ensino da literatura chamada de prata de casa”, na visão do humanista Valfrido Pilotto. Tomou posse em 8 de abril de 1997, saudada por Lauro Grein Filho. Faleceu em 27 de novembro de 2008. (WB)

Patrono: Ismael Alves Pereira Martins (1876-1926)
Fundador: Vicente Montepoliciano Nascimento Júnior (1880-1958)
1.º Ocupante: José Augusto Gumy (1889-1970)
2.º Ocupante: Dario Nogueira dos Santos (1899-1980)
3.º Ocupante: Pompília Lopes dos Santos (1900-1993)
5.º Ocupante: Clotilde de Lourdes Branco Germiniani (1938-2018)
6.º Ocupante: José Pio Martins (1951)