Nasceu em Campo Largo, dia 27 de julho de 1876, filho de Francisco Alves Pereira Martins e Maria Aspicuelta Garret Martins.

Dedicou-se ao magistério e ao jornalismo. Colaborou as­siduamente no jornal A República, não somente em te­mas políticos, mas também com publicações de poesias. Tornou-se poeta espiritualista. Frequentou o Instituto Ne­opitagórico e sofreu a influência do mestre Dario Vellozo. Em 1924 participou da coluna Prestes, vivendo as agruras daquele célebre episódio de guerrilha, sob o comando de Luiz Carlos Prestes. E, por isso, esteve exilado. Falava fluentemente o francês. Candidatou-se, em concurso, à cadeira correspondente na Escola Normal, em Curitiba. Obteve o primeiro lugar. Era desses idealistas que não temem as consequências de seus atos.

A política foi-lhe, porém, desfavorável. Pretendia corrigir o mundo como todos os ado­lescentes, mas pagou preço alto por seus gestos de desprendimento e ousadia. Mes­mo classificado em primeiro lugar para lecionar francês, não foi nomeado: motivos essencialmente políticos. A vaga foi ocupada em seguida pelo cônego João Evangelista Braga. Seu temperamento de verdadeiro revolucionário levou-o a muitas aventuras, em cujos movimentos rebeldes teve como companheiros Francisco Teixeira de Car­valho, Benjamim Batista Lins de Albuquerque, Antônio Jorge Machado Lima, Plínio Tourinho e Couto Pereira, entre outros.

Foi, todavia, um intelectual, um poeta na melhor acepção do vocábulo. Publicou: Tartu­fos (polêmica, 1900); A mocidade de Hoje (prosa, 1903); Luz da Ásia (estudo filosófico de Émile Vedel, tradução, 1919) e Ciclos (versos, edição póstuma, 1931). Sua colabora­ção em periódicos e revistas paranaenses foi importante, sobressaindo-se no Diário da Tarde, Almanaque do Paraná, Brasil Cívico, Victrix, O Cenáculo, Jerusalém, O Olho da Rua e Folha Rósea, adotando, por vezes, o pseudônimo de Raphael de Castro.

Faleceu em Curitiba no dia 7 de dezembro de 1926 e o Centro de Letras do Paraná, na sessão de 31 de janeiro do ano seguinte, prestou comovida homenagem à sua memó­ria, na palavra de Sebastião Paraná. (VHJ)

Fundador: Vicente Montepoliciano Nascimento Júnior (1880-1958)
1.º Ocupante: José Augusto Gumy (1889-1970)
2.º Ocupante: Dario Nogueira dos Santos (1899-1980)
3.º Ocupante: Pompília Lopes dos Santos (1900-1993)
4.º Ocupante: Hellê Vellozo Fernandes (1925-2008)
5.º Ocupante: Clotilde de Lourdes Branco Germiniani (1938-2018)
6.º Ocupante: José Pio Martins (1951)